sábado, 1 de janeiro de 2011

BOAS FESTAS E FELIZ 2011


"Que em 2011 os filhos tenham presença de pais,
que os avós tenham presença de netos
e todo aniversariante tenha presença de amigos.
Que haja mais presença de boa vontade,
que não falte tempo nem compreensão.
Todo choro terá a presença de ombro,
toda solidão terá a presença de encontro
e toda saudade de reencontro."

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A DOENÇA MENTAL E A PSICOLOGIA EM FOUCAULT E FREUD

Meninas artigo muito interessante...

De: Vitor Lima da Silva

CienteFico. Ano II, v. I, Salvador, agosto-dezembro 2002
A Doença mental e a Psicologia em Foucault e Freud.
Vitor Lima da Silva
Michel Foucault inicia seu texto fazendo uma crítica muito pertinente à psicologia, mais
precisamente ao seu método. Segundo o autor, em linhas gerais, a psicologia tenta
enquadrar as doenças mentais em parâmetros construídos pela medicina orgânica, no que
diz respeito às categorizações dos sintomas e às classificações conceituais. Ao longo do
texto ele irá demonstrar que essa tentativa é falha, e que a psicologia deveria buscar um
método próprio, o qual levasse em consideração a totalidade do individuo
(orgânico+psíquico).
No decorrer de suas argumentações, o autor irá fazer uma análise do tempo, no qual situa o
devir psicológico como sendo resultado da história e da evolução do indivíduo,
concomitantemente. A idéia de evolução psicológica integra o passado e o presente numa
unidade sem conflito, sendo que o passado promove o presente e o torna possível. Os
comportamentos atuais do indivíduo são determinados por uma continuidade temporal e
linear. Já na concepção de história é o presente que se destaca do passado, confere-lhe um
sentido e o torna inteligível. Tanto a história como a evolução giram em torno de um ciclo,
que se reveza entre o passado e o presente.
Diante desta análise de presente e passado, Foucault faz uma crítica ao método
psicanalítico, por utilizar a regressão como fuga do presente, através da irrealização do
presente. Certamente Freud dá um passo adiante ao considerar a história do indivíduo, mas
peca quando deposita toda a importância da doença no passado do sujeito. Para Foucault o
passado não é tão importante, pois a vida do sujeito se enraíza no presente e se projeta para
o futuro; enquanto que o passado parece retirar essa possibilidade, fixando o sujeito em um
tempo que não mais existe.
A irrealização do presente se caracterizaria como uma fuga para defender-se do passado
insuportável. É em torno dessa noção de defesa psicológica que a psicanálise se estruturou;
pois, para ela, o sujeito reproduz sua história respondendo a uma situação presente, através
dos sintomas. Não consegue, porém, efetivar esse presente, ficando preso no seu passado
patológico. A defesa contra o presente torna-se uma necessidade, pois ele não consegue
realiza-lo e a “solução” que o indivíduo encontra é a defesa. E a partir desse presente é
preciso compreender e dar sentido às regressões evolutivas que surgem nas condutas
patológicas.
Foucault aponta os estudos psicanalíticos, citandos; por exemplo, a caracterização instituída
pela psicanálise entre os indivíduos neuróticos e os psicóticos - classificação que serve de
base e direcionamento à nosografia freudiana. Neste sentido, pode-se perceber que o autor
enquadra esta teoria no modelo metodológico criticado. Desta forma, coloca a insuficiência
deste ponto de referência para se compreender o universo mórbido do doente mental;
embora não o negue como ponto de partida na história das psicopatologias. Foucault critica
as ciências naturais, afirmando que elas vêem o paciente simplesmente como objeto e, por
isso, deixam passar despercebido as particularidades pessoais, tão importantes para a
compreensão da história do indivíduo, já que esta deve ser vista como algo único e total. A
reflexão histórica é feita pelo paciente e somente assim o médico tem acesso à doença.
Dessa forma o médico pode apenas intuir o que se passa com paciente, já que ele não
vivencia a mesma situação do paciente.
Para Foucault, a noção de doença é muito subjetiva: além de depender da personalidade do
sujeito, depende ainda da cultura do contexto no qual está inserido. Uma doença pode ter
vários significados nos diferentes locais. Muitas vezes, dependendo da cultura, até mesmo
um comportamento diferente pode ser considerado uma doença. Foucault critica o método
atual da psicologia, pois este não consegue associar a patologia à totalidade psíquica do
indivíduo, fragmentando-o como o faz a medicina tradicional. Para o autor é preciso
encontrar um estilo de coerência psicológica que autorize a compreensão dos fenômenos
mórbidos sem tomar como modelo de referência as fases biológicas.
Ele fala das limitações da psicologia, no sentido de não possibilitar o homem de se
conhecer. O homem seria, então, impedido de se encontrar com a sua loucura, que seria
uma de suas verdades. Ela se torna a fuga do homem, funcionando como um mecanismo de
defesa, já que o protege de se defrontar com um lado obscuro e angustiante de si mesmo.
Tais classificações de enquadramento só serviriam para limitar o conhecimento real sobre o
comportamento, principalmente aqueles que são enquadrados como anormais ou loucos.
Referências Bibliográficas:
FOUCAULT, Michel. Doença Mental e Psicologia, Ed. Tempo Brasileiro.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Os Indivíduos e a Verdade.

Como pudemos observar durante a leitura de "A História da Loucura", a dinâmica da relação entre subjetividade e verdade esteve em jogo em relação a experiencia da loucura em toda a obra de Foucault.
O que deve ser problematiado segundo Foucault é a questão de como a verdade foi colocada em relação a loucura. Ou seja, como se pode colocar a questão da loucura em discurso, faendo-a funcionar no sentido de "discursos de verdades", tendo um estatuto e uma função de saber positivo. Deste ponto foi empreendida uma história da loucura, colocada em termos de verdade no interior de um discurso em que a loucura do homem deve dizer alguma coisa a respeito da verdade do que é o homem, o sujeito ou a razão.
Então, podemos concluir de uma forma até simplista aparentemente que a loucura é a desrazão do homem, então, a loucura diz muito a respeito do que é a verdade. E se não existisse loucura? Ainda existiria verdade? Apenas verdades? Sem devaneios, sem fantasias ? Ai que chato!!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

MATÉRIA INTERESSANTE SOBRE FOUCAULT

Foucault no século 21


Vinte e cinco anos após sua morte, as ideias do filósofo francês continuam no cerne das pesquisas em ciências humanas: da psicologia ao direito; da filosofia à educação

André Duarte

Foucault criou os instrumentos teóricos essenciais para refletirmos sobre as novas formas de biopolítica no século 21

Poucos pensadores exerceram maior impacto sobre as ciências humanas que Michel Foucault. Vinte e cinco anos após sua morte, ocorrida no dia 25 de junho de 1984, o caráter generoso de suas ideias inovadoras se manifesta na renovação do campo de investigação da psicologia, da psiquiatria, da história, do direito, da arquitetura, da filosofia, da sociologia e da educação, entre outras disciplinas. Dos anos 1960 ao começo da década de 1980, Foucault formulou conceitos e abordagens teóricas que descortinaram novos objetos e demoliram velhas questões ao demonstrar que a história não é o palco pelo qual desfilam os mesmos problemas singulares de sempre. Como poucos dentre seus contemporâneos, Foucault soube apropriar-se do projeto nietzscheano de destruição e transvaloração dos valores vigentes, ensinando-nos a desconfiar da herança metafísica incrustada em conceitos supra-históricos como 'o' Homem, 'a' verdade, 'a' natureza, 'o' poder, 'a' razão, 'o' sexo, 'o' corpo, etc.

As marcas de sua genialidade intelectual já se anunciavam em sua primeira grande obra, A história da loucura na idade clássica, publicada em 1961. Abria-se ali o espaço de pesquisas que Foucault denominou como uma arqueologia das ciências humanas, e que culminaria em obras fundamentais como As palavras e as coisas, O nascimento da clínica e Arqueologia do saber. Nelas, o autor empreendeu uma crítica não epistemológica da razão, isto é, um questionamento que não visava avaliar a evolução histórica da cientificidade das ciências, mas trazer à luz os pressupostos profundos que permitiram à modernidade entronizar a razão como critério absoluto a partir do qual se poderia determinar, por exemplo, o ser da loucura. Assim, ao elaborar sua peculiar história da loucura, Foucault abriu mão da ideia de que a relação histórica entre razão e loucura se dera a partir da contínua e gradual conquista das luzes sobre as sombras, roteiro em que a psiquiatria representava a conquista da suposta verdade da loucura enquanto doença mental e a consequente libertação do louco em relação a velhos preconceitos.

Silenciamento da desrazão

Por outro lado, e de maneira mais ambiciosa, Foucault se perguntou como foi que se definiu a moderna decisão que apartou a razão de seu outro, contando-nos uma história na qual o saber psiquiátrico era compreendido como a etapa derradeira de um longo processo de silenciamento da desrazão, cujos primeiros sintomas já se deixariam evidenciar em acontecimentos do século 17 como a instituição do Hospital Geral, o grande internamento e a metafísica de Descartes. Segundo Foucault, Descartes teria excluído a loucura do processo da dúvida metódica que leva à descoberta do cogito, explicitando assim a decisão fundamental da modernidade em opor a ordem da razão à desordem da desrazão: se duvido, penso, e se penso não posso ser louco.

Em As palavras e as coisas, Foucault formulou o polêmico conceito de épistémè. Aludia-se com ele a uma ordem ou princípio de ordenação dos saberes anterior a qualquer enunciado visando o conhecimento, de modo que a épistémè epistémé seria a instância arqueológica profunda que tornaria qualquer enunciado possível: tratava-se de nomear o solo fundamental que conferiria legitimidade e positividade ao saber de cada época. Em outras palavras, Foucault não se propunha a fazer uma história das ciências ou uma história das ideias, mas procurava descrever a configuração e as transformações históricas das diferentes épistémès, as quais marcariam diferentes possibilidades de pensamento e conhecimento, sem qualquer linearidade progressiva na passagem de uma épistémè a outra. Subjacente a toda cultura e, portanto, a toda forma de conhecimento, Foucault detectava a existência de uma ordem, de um espaço de identidades, de similitudes e de analogias por meio das quais classificamos e distribuímos os objetos do conhecimento. A obra era polêmica e despertou grande interesse e muitas críticas, pois Foucault foi acusado de hipostasiar a história e a práxis humana por detrás da ação silenciosa de estruturas anônimas.


Foucault descobriu que os micro-poderes disciplinares exerciam seus efeitos discretos sobre os indivíduos, visando transformar os corpos em "dóceis e úteis"


Saber-poder-verdade

Em 1970, Foucault foi eleito para o prestigioso Collège de France e sua aula inaugural, A ordem do discurso, sinalizou uma virada em suas reflexões. Por certo, a política não estivera ausente das pesquisas arqueológicas, como testemunha seu acirrado embate com Sartre, a fenomenologia francesa e com os marxistas. Entretanto, agora Foucault não mais se contentava em avaliar as condições arqueológicas de ordenação dos enunciados, mas começava a interrogar os sistemas de exclusão e rarefação que envolvem toda enunciação discursiva. Sob forte inspiração nietzscheana, Foucault passava a questionar certas figuras histórico-políticas da vontade de verdade e da vontade de saber que permearam a história ocidental, perguntando-se, então, quem pode dizer algo e sob quais condições institucionais. Iniciava-se assim o período de suas investigações genealógicas, centradas no questionamento específico das relações intrínsecas entre saber-poder-verdade. Foucault insistirá em que não há verdade fora do poder ou sem o poder, pois toda verdade gera efeitos de poder e todo poder se ampara e se justifica em saberes considerados verdadeiros.

Nas pesquisas genealógicas dos anos 1970, Foucault analisou a constituição histórica das relações de poder em seu caráter produtivo e eficaz em obras fundamentais como Vigiar e punir e o volume I da História da sexualidade. Nelas, ele questionou a concepção filosófica moderna do sujeito constituinte e substituiu-a pela concepção de que o sujeito é constituído historicamente, simultaneamente à constituição das práticas e dos discursos que se multiplicaram nas diversas instituições sociais nascentes a partir do século 17, tais como a escola, o hospital, o quartel, as fábricas.

Quanto à análise das relações de poder, observava-se uma dupla inovação: por um lado, Foucault desviava os olhos da relação jurídica entre o Estado e o cidadão para lançar seu olhar microscópico sobre as múltiplas relações de poder presentes nas instituições sociais nas quais se forjou o indivíduo disciplinado e normalizado. Por outro lado, fugindo à tópica do poder repressor, Foucault descobriu que os micro-poderes disciplinares exerciam seus efeitos positivos e discretos sobre o corpo dos indivíduos visando transformá-lo num corpo dócil e útil, segundo a conhecida fórmula de Vigiar e punir. Com as pesquisas genealógicas, Foucault se propôs a investigar como se produziu o indivíduo moderno, o sujeito sujeitado e disciplinado em seus gestos, comportamentos, discursos, etc.

Biopolítica

Se o ponto de partida da genealogia foucaultiana do poder foi a descoberta dos micro-poderes disciplinares que visavam à administração do corpo individual, seu ponto de chegada foi a descoberta do biopoder e da biopolítica. Tratava-se de uma nova forma de exercício do poder soberano, nascente na passagem do século 18 para o 19, cujo alvo não era mais a produção do indivíduo dócil e útil, mas a gestão calculada da vida da população de um determinado corpo social. Foucault chegou à descoberta do biopoder ao analisar o que chamou, em História da sexualidade, de dispositivo da sexualidade, isto é, a sexualidade como o produto de discursos científicos e morais pautados pela vontade de saber, pelo ideal de normalidade e pela obsessão em esconjurar e escrutinar a anormalidade. Foucault descobriu que o sexo não era apenas a matriz privilegiada para o exercício dos poderes disciplinares, pois também constituía o foco por excelência para o gerenciamento planificado de fenômenos populacionais como as taxas de nascimento e mortalidade, as condições sanitárias das cidades, os índices de contaminação, etc.

A partir do século 19, interessava ao novo poder estatal estabelecer políticas higienistas por meio das quais se poderia sanear o corpo da população, depurando-o de suas infecções internas. Novamente se evidencia a genialidade de Foucault: ali onde nossa consciência iluminista nos levaria a louvar o caráter humanitário de intervenções políticas visando incentivar, proteger, estimular e administrar as condições vitais da população, Foucault descobriu o elo fatal entre higienismo, eugenia, racismo e genocídio. Em uma palavra, ele compreendeu que a partir do momento em que a vida passou a se constituir no elemento político por excelência, tal cuidado político da vida trouxe consigo a exigência contínua e crescente da morte em massa, pois é apenas no contraponto da violência depuradora que se podem garantir mais e melhores meios de sobrevivência a uma dada população. Eis, portanto, o motivo pelo qual o século 20 pôde testemunhar o advento do nazismo e do stalinismo, para não mencionar os inúmeros casos em que democracias liberais valeram-se do racismo e do extermínio para lidar com suas 'enfermidades' e 'patologias' sociais.

O conceito de biopolítica é um dos principais legados teóricos de Foucault, tendo sido retomado e revisado pela reflexão de Giorgio Agamben ( leia artigo neste dossiê), Roberto Esposito, François Ewald, Michel Sennelart, Michael Hardt e Antonio Negri, dentre outros. Com ele, Foucault não apenas nos ofereceu uma ferramenta para pensar os fenômenos extremos do nazismo e do stalinismo, como também nos concedeu um importante instrumento para pensar as novas formas biopolíticas de controle neoliberal de populações. Em Nascimento da biopolítica, curso de 1979, Foucault já indicava que o mercado competitivo tornar-se-ia a instância da produção de uma nova figura subjetiva, aquela que procura responder da melhor maneira possível às exigências e demandas variadas do próprio mercado econômico, tornando-se, para tanto, um empreendedor de si mesmo. Com muita perspicácia, Foucault compreendeu que o mercado das sociedades empresariais seria o lugar privilegiado ao qual nos reportaríamos a fim de nos tornarmos agentes econômicos competitivos. A profecia parece ter se cumprido, pois cada vez mais tornamo-nos presas voluntárias de processos de individuação e subjetivação controlados flexivelmente pelo mercado e seus ideais normativos.

FONTE: http://revistacult.uol.com.br/home/2010/03/foucault-no-seculo-21/

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Foucault em seu cap. X nos diz que a ameaça da loucura retoma seu lugar entre as urgências do século. No entanto esta consciência tem um estilo bem particular. O espanto causado pelo desatino é muito afetivo, e considerado quase em sua totalidade nos movimentos das ressurreições imaginárias. O homem é separado de sua verdade e exilado na presença imediata de um ambiente em que ele mesmo se perde.

Isso nos parece bastante ser muito recente como nos fala Vera Malaguti Batista em seu trabalho Cidade do Rio de Janeiro: desassossegos e transbordamentos

Essas medidas de esquadrinhamento dos focos possíveis de rebelião, de mapeamento e controle sobre a movimentação dos negros na cidade do século XIX nos remetem ao grande medo a que Foucault se refere com relação à loucura no século XVIII na Europa. Com as políticas de internamento “o mal que se tinha tentado excluir com o internamento reaparece para maior espanto do público, sob um aspecto fantástico”.

É a partir de uma linguagem racional que Foucault pode questionar a soberania da razão, apontando Freud como aquele que rompe com o paradigma da psiquiatria tradicional e tenta restabelecer uma comunicação com o desatino. “Freud retomava a loucura ao nível de sua linguagem, reconstituía um dos elementos essenciais de uma experiência reduzida ao silêncio pelo positivismo”. De acordo com Foucault (1993: 338), Freud “não acrescentava à lista dos tratamentos psicológicos da loucura uma adição maior; reconstituía, no pensamento médico, a possibilidade de um diálogo com o desatino”.

ISSN 1981-1225

Dossiê Foucault

N. 3 – dezembro 2006/março 2007

Organização: Margareth Rago & Adilton Luís Martins

http://www.unicamp.br/~aulas/pdf3/12.pdf

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Capitulos de V a IX

Postando pra a AUZI

Cap. V

Neste capítulo V, quando se põem a prova o que realmente é a loucura penso que o autor não está totalmente errado. Quando nos colocamos a ouvir atentamente um “louco” em seus devaneios. Se não nos permitirmos ficarmos fincados na realidade e embarcarmos em seus delírios realmente ficaremos em duvida quanto a sua loucura. Os loucos são extremamente convincentes em seus discursos. Uma colega de trabalho enquanto estagiava na Colônia Santana acreditou na história de seu paciente. Ao final do estagio não sabíamos quem estava mais louco, o paciente ou a minha colega estudante.
Não é com punições que se consegue controlar uma doença. Não é colocando-os em cubículos escuros, ou mantendo-os amarrados em seus leitos que as doenças vão embora ou desaparecerão.
Também a igreja como fonte de poder na época tratava estes loucos hora como seres endemoniados hora como animais, irracionais e sem direitos ou deveres.
Quantas atrocidades cometidas em nome de uma “loucura”.

Cap. VI

Neste capitulo VI, é quando saímos de que as doenças são mandadas por Deus e sabe-se que as doenças mentais são doenças da cabeça e na cabeça. Que não é a alma que adoece. A partir disso passa-se a classificar as doenças dentro de suas várias especificidades (ainda restritas). Porem estas especificidades começam a aparecer.
A partir daí que se passa a saber que as doenças mentais não são influenciadas e nem ocorrem por causa da lua (lunáticos).
O que me chamou muito a atenção neste capitulo é que um individuo só é louco quando um outro diz isso. Pois para ele próprio isto não se torna real. Após muitos estudos chegou-se a essa conclusão em 1875. Pior fui eu que cheguei a essa conclusão somente hoje.

Cap. VII

Este capitulo inicia falando da loucura também como doença da alma. Alguns cientistas da época concordam e outros não. Os que acreditam ser real a loucura interferir na alma ou ser parte integrante dela fazem por acreditarem o cérebro como o órgão mais próximo da alma.
Também estudaram as doenças mentais fazendo experimentos com os cérebros de pessoas mortas que possuíam ou não doença mental. Testando a sua espessura, cor peso. Alguns concordando e outros discordando.
A relação das doenças mentais com a lua também é bastante visível. Acreditam os adeptos deste credo que a doença se manifesta conforme as mudanças da lua. Fenômeno chamado de lunatismo.
Segundo o autor a loucura e a paixão andam juntas, pois as duas deixam seus portadores sem ação. Seus pensamentos já não são como anteriormente.
Ele ainda compara o louco ao cego, pois os dois deixam de ver a realidade como ela é realmente. O cego por não poder ver e o louco por não enxergar a realidade como ela realmente se apresenta.

Cap. VIII

Neste capitulo o autor mostra as várias formas como a loucura era vista entre os séculos XVI a XVIII. Alguns separaram em várias doenças, outros achavam que todas eram iguais. Alguns acreditavam que eram problemas de má circulação cerebral devido ao sangue ser muito grosso, outros que eram problemas nos mais diferentes órgãos do corpo (fígado, estomago, rins, intestinos, etc.). Mas ainda a idéia de que mais ecoava na época era de que as doenças mentais provinham dos espíritos.
Podem ainda vir da menstruação ou das hemorróidas. Nestes pontos de vista tudo pode ser causa da loucura.
Ainda na pagina 294 ele diz o seguinte: “terrível estado!... É o suplicio de todas as almas afeminadas que a inação precipitou com volúpias perigosas...”. Não sei se ele diz isso porque as mulheres são mais vulneráveis as doenças mentais ou se os homens que tem as almas afeminadas ficam doentes por isso.

Cap. IX

Faz-se tratamento com ópio, porem observa-se a sua ineficácia. Faziam também uso da urina como parte do tratamento. O uso de urina no tratamento das doenças data de mais ou menos 5000 a.c. Hoje é conhecida como urinoterapia. É uma terapia alternativa só que hoje diferente daquela época ela é tomada enquanto que lá era utilizada como inalação.
Para os adeptos desta terapia dizem que a ingestão da primeira micção do dia é a mais recomendada. Ela traz harmonia para o corpo, mente e o espírito, pode prevenir doenças e até mesmo curar o câncer.
A urina também é utilizada na produção de cosméticos, segundo os fabricantes ela ajuda no rejuvenescimento da pele.