quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A experiência trágica e cósmica da loucura viu-se mascarada pelos
privilégios exclusivos de uma consciência crítica. É por isso que a
experiência clássica, e através dela a experiência moderna da
loucura, não pode ser entendida como uma figura total, que
finalmente chegaria, por esse caminho, à sua verdade positiva; é
uma figura fragmentária que, de modo abusivo, se apresenta como
exaustiva; é um conjunto desequilibrado por tudo aquilo de que
carece, isto é, por tudo aquilo que o oculta. Sob a ciência crítica da
loucura e suas formas filosóficas ou científicas, morais ou médicas,
uma abafada consciência trágica não deixou de ficar em vigília

(Foucault, 1997: 28-29).

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