terça-feira, 21 de setembro de 2010

O LOUCO ou O TOLO


Como todos sabem de meu interesse pelo TAROT, não poderia deixar de destacar esta carta tão representativa na minha vida hoje.
Tanto pela sua figura, como pela sua descrição, este arcano associa várias das pautas evidenciadas em sala sobre o tema "loucura" e sua história.
O Louco ou Tolo, número zero do baralho, é figura extravagante, sem senso de estética, sem critérios, conflitos nos seus sentimentos e a imagem da decadência. Por não ter um número, dá significado a LIBERDADE e olha para o infinito, nos mostrando que a vida é muito mais do que vemos e a felicidade pode estar além das aparências do dia a dia. Isso quer dizer que muitas vezes nos preocupamos com coisas superficiais e não percebemos o que realmente é importante.
Se torna mais fácil fazer a leitura desta carta quando estudamos a arqueologia do saber do filósofo Focault. A superficial experiência de 15 anos lendo o TAROT, não me trouxe tanto entendimento sobre esta carta, como agora, nesta apreciação crítica da obra "História da Loucura". Fico feliz de poder abrir meus horizontes e conseguir concatenar o TAROT e a PSICOLOGIA.

3 comentários:

  1. Me lembrou as discussões em sala de aula do livro do Derrida com a Roudinesco - "De que amanhã"...
    Onde a liberdade esta(va) associada a loucura...

    Cap.4 da Imprevisível Liberdade...
    p.64-65, lá no rodapé da pag.

    -> trás que Lacan associa o termo liberdade ao termo loucura... para a significação de que o ser do homem só pode ser compreendido... "pq carrega consigo a loucura como limite de sua liberdade". Defendendo que a liberdade é uma ilusão,um fantasma...

    =D

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  2. Este arcano não tem a mesma noção de realidade que a nossa, pois o Louco tem uma liberdade absoluta, uma liberdade extrema no sentido mais positivo, portanto nossa estreiteza de visão impede que nos libertemos do mundo. O Louco é aquele que realiza o que normalmente é temido pelas demais pessoas. O Louco vive dentro de cada um de nós, e a medida que ficamos chocados quando vemos alguém que vive o papel de Louco como sendo uma realidade, esse choque é causado muitas vezes não pela loucura, mas pelo fato de que outra pessoa está vivendo um papel que gostaríamos que fosse nosso.

    Um dos mais antigos instrumentos de autoconhecimento e adivinhação, o tarô fascina a humanidade há pelo menos 700 anos. As figuras do baralho retratam todas as experiências humanas, do nascimento à morte, pois representam arquétipos – padrões de comportamento compartilhados pela humanidade, em todos os tempos...

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  3. O tema loucura e liberdade devem ser tratados com cuidado. por um lado evitar um visão por demais romântica e desejável da experiência do louco, por outro desconsiderar o que se faz presente na nossa experiência com a loucura. Talvez Lacan aproxime a loucura na medida em que para o louco a significação não se encontra amarrada com o simbólico, e por isso ele não sofre por falta de sentido, mas antes por excesso! E para nós apavora-nos não darmos conta desse sentido que de alguma fora nos possibilitaria uma sensação de controle sobre esse que delira.

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